Índice
Aqui estão todas as partes do guia, que você pode ler em qualquer ordem:
- Introdução
Sobre mim, como usar este guia e o papel do autoconhecimento.
- Requisitos
Documentos necessários, requisitos mínimos e o processo de envio dos documentos.
- Lista de universidades
Para quais e para quantas universidades aplicar.
- Notas e atividades extra-curriculares
Histórico escolar, indo além das notas e o peso de cada componente.
- Currículo (CV)
Como estruturar e escrever um bom CV e o formato sugerido.
- Statement of Purpose (SOP)
Como estruturar e escrever um bom SOP e o formato sugerido.
- Proficiência em inglês
A prova do TOEFL iBT e como se preparar. ← Você está aqui
- GRE
A prova do GRE e como se preparar.
- Cartas de recomendação
Para quem pedir, como pedir e como enviar.
- Conclusão
Comentários finais.
Grande parte dos programas de mestrado no exterior é em inglês, independentemente da língua nativa do país na qual a universidade se encontra. Na Europa, por exemplo, uma parcela significativa dos programas de graduação é na língua local, enquanto os mestrados são completamente em inglês. Esse é um grande fator atrativo e, como consequência, os programas nas principais universidades contam com um número elevado de estudantes internacionais.
Sendo os programas em inglês, as universidades exigem uma demonstração de que você consegue se comunicar bem no idioma e que vai entender o que está sendo ensinado. A maneira de cumprir tal requisito é por meio de uma prova de proficiência em inglês. A nota que você tira nessa prova indica o seu nível de familiaridade com o inglês.
As duas provas mais comumente aceitas pelas universidades são o TOEFL iBT e o IELTS.
O TOEFL iBT é uma prova americana, enquanto o IELTS é uma prova inglesa. Você não precisa fazer as duas provas, apenas uma delas. Praticamente todas as universidades aceitam qualquer uma das duas notas como exame de proficiência, então é indiferente qual exame você vai escolher.
Nessa parte da aplicação, a universidade no exterior quer simplesmente verificar que você não terá problemas de comunicação e, portanto, a língua não será um empecilho para você acompanhar as matérias e projetos na universidade. Dessa forma, contanto que você tire mais do que a nota mínima determinada pelo seu programa de interesse, essa parte da aplicação passa a não ter muito peso na tomada de decisão pelo comitê. Pode-se dizer que a sua nota no exame de proficiência serve um papel mais próximo de eliminatório do que de classificatório.
Como falei anteriormente, para a maioria das universidades no topo do ranking, as notas mínimas são 100 de um total de 120 pontos para o TOEFL iBT e de 7,5 de um total de 9,5 pontos para o IELTS. A partir de agora, focarei apenas no TOEFL iBT, que foi a prova que fiz e com a qual tenho familiaridade.
A prova do TOEFL iBT
Eu já fiz o TOEFL iBT três vezes: uma para aplicar para o intercâmbio durante a graduação, uma para aplicar para o mestrado e uma para aplicar para o PhD (posso falar mais sobre isso em um post futuro). Minhas notas foram, respectivamente, 110, 114 e 117 de um total de 120. O motivo de eu ter feito a prova 3 vezes foi o prazo de validade das notas.
A prova do TOEFL iBT tem validade de apenas 2 anos. Isso significa que, se você fizer a prova hoje, sua nota só pode ser utilizada nos próximos 2 anos, contados a partir da data de hoje. A justificativa para essa data de validade é que o seu nível de proficiência pode variar bastante em 2 anos, então sua nota pode não ser mais representativa do seu nível de inglês por períodos maiores.
Dessa forma, as universidades no exterior exigem que a nota que você lhes envia esteja dentro desse prazo de validade. Portanto, você deve se organizar para fazer a prova em um momento adequado para que sua nota esteja valendo.
Você pode fazer o TOEFL iBT várias vezes em um dado ano. Caso você faça a prova e tire menos do que uns 2-3 pontos abaixo o mínimo exigido pelo seu programa (que podem ser os 100 pontos), eu recomendaria refazer a prova até atingir pelo menos essa nota. Uma vez com uma nota acima do mínimo, não há tanta diferença entre sua nota e a de uma pessoa que tirou 120 pontos, principalmente se o mínimo exigido já for uma nota alta, como 100. A ideia é que, atingindo o mínimo, você supostamente já consegue se comunicar sem dificuldades.
A prova é marcada pelo site da ETS, que é a empresa que faz a prova. No site, você indica sua localização e são mostrados os centros cadastrados para aplicar a prova perto de você e as datas e horários disponíveis.
O TOEFL iBT é feito completamente no computador e é composto de 4 seções: Reading, Listening, Speaking e Writing. Todas as seções são feitas no computador, inclusive o Speaking. Na minha opinião, essa seção, em particular, é a pior de todas. É bem desconfortável falar com o computador (o qual estará gravando suas respostas por um certo período de tempo). Não bastasse isso, nesse momento da prova, todas as outras pessoas da sala também estão falando, o que dificulta um pouco a concentração.
Caso você já fale inglês, a prova do TOEFL iBT não é um grande problema. Acredito que não seja necessário estudar muito.
A prova não cobra gramática diretamente, ela avalia quão bem você entende e produz conteúdo (escrito e falado) em inglês. Por esse motivo, acredito que, se você já fala inglês bem, sua maior preocupação deve ser entender a estrutura da prova, para não ter surpresas.
Recomendaria, principalmente, se familiarizar com a estrutura da prova. Como é cada seção? Quantas questões tem por seção? Quanto tempo dura cada seção? Quais são os tipos de pergunta no Speaking? Quanto tempo de preparação e de fala você tem para cada tipo de pergunta do Speaking? Quais são os tipos de pergunta do Writing? Etc. Acredito que seja importante chegar na prova sabendo de cor a resposta para todas essas perguntas.
Caso você ainda não fale inglês bem, você deve focar nas suas habilidades de compreensão de texto e de áudios, na fala e na escrita.
Você tem que estar confortável em ler um texto e escutar áudios e entender praticamente tudo para tirar uma nota alta. Os textos não são muito complexos, possuem aproximadamente o mesmo nível de dificuldade que os encontrados em sites de notícia, livros de não-ficção populares ou textos universitários introdutórios. Os áudios que você encontrará na prova também não são complexos demais. No geral, são conversas entre pessoas sobre uma situação do dia-a-dia no campus universitário ou trechos de uma aula universitária.
Para a fala e a escrita, você terá que resumir textos ou trechos de áudio e produzir algumas respostas com a sua opinião sobre determinado assunto. Existem alguns modelos prontos na internet de boas estruturas de resposta. Tente treinar a elaboração de respostas nesses padrões.
Tanto para se familiarizar com a estrutura da prova quanto para aprender estratégias de prova e estudar com questões semelhantes, recomendo os guias oficiais da ETS sobre o TOEFL iBT. Esses guias possuem informações a respeito da estrutura da prova, exemplos de questões com respostas comentadas e o recurso mais valioso: os simulados das provas.
Aqui estão os links dos livros oficiais da ETS sobre o TOEFL iBT:
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Official Guide to the TOEFL iBT Test, Sixth Edition (esse é o guia oficial, ele já vem com 4 simulados)
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Official TOEFL iBT Tests Volume 1, Fourth Edition (primeiro livro extra, vem com mais 5 simulados e vários exemplos de questões comentadas)
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Official TOEFL iBT Tests Volume 2, Third Edition (segundo livro extra, vem com mais 5 simulados e vários exemplos de questões comentadas)
Pessoalmente, a não ser em casos especiais ou caso você queira dividir com amigos, eu focaria apenas no guia oficial (primeiro link). Só é interessante que você saiba que, se precisar de mais simulados, você sabe que pode encontrá-los nos livros extras (segundo e terceiro links).
Quando você marca uma prova a ETS te dá a opção de enviar sua nota de graça para até 3 universidades. O detalhe é que você pode selecionar essas 3 universidades até o dia anterior à sua prova, então você faz isso antes de saber a sua nota. As notas adicionais que você quiser enviar custavam 20 dólares por universidade na época que apliquei. O problema disso é que, uma vez que você indica as 3 universidades para as quais você enviará sua nota, sua nota necessariamente será enviada para lá, não tem como cancelar. Isso significa que se você não tirar uma nota boa, ela será enviada mesmo assim e a universidade sempre poderá vê-la. É um golpe um pouco baixo da ETS, mas é assim que funciona.
Lembre-se: a nota tem um caráter mais eliminatório do que classificatório. Ninguém vai querer te aceitar só porque você tem uma nota muito alta no TOEFL. O objetivo é cumprir o requisito mínimo e se mostrar como um forte candidato nas demais seções da aplicação.
Como estudar para o TOEFL iBT
Agora que você já sabe para que serve um exame de proficiência em inglês e como o TOEFL iBT é estruturado, vamos passar para como você pode se preparar para o TOEFL.
A primeira coisa que você deve fazer antes de começar a estudar para o TOEFL é avaliar o seu nível de inglês sob a ótica da prova. Isto é, mensurar quão perto ou quão distante você está da nota mínima exigida pelo seu programa.
Para tanto, antes de começar a se preparar, faça um simulado da prova. Tente emular ao máximo todas as condições que você encontrará no dia da prova. Tente fazer a prova completa em um ambiente silencioso e onde você não seja interrompido. No site da ETS, você consegue encontrar um simulado gratuito.
Evidentemente, você não conseguirá saber quanto você tiraria na seção do Writing nem do Speaking, mas mesmo assim, tente fazê-las para ver se você se sente confortável ou não com o que é pedido. De acordo com como você for nesse simulado, siga a estratégia mais adequada.
Se você ainda não está no nível de inglês que você precisa chegar, o próximo passo é identificar se você precisa aprender coisas básicas e ou se você só está "enferrujado".
Se estiver "enferrujado", você precisa ter mais contato com a língua.
Pessoalmente, gosto de lembrar que as línguas como um todo nascem organicamente e que as regras gramaticais surgem depois, com o intuito de tentar padronizar a forma como nós nos comunicamos. Por isso que as regras gramaticais quase sempre vêm amarradas a uma lista de "exceções". Logo, independente de qual seja o seu caso, para melhorar o seu nível em um idioma, comece a se imergir nele, sem se preocupar demais com as regras gramaticais. Confie que o seu cérebro vai naturalmente identificando os padrões corretos.
Passe a fazer tudo o que você puder em inglês. Assista vídeos no Youtube em inglês. Leia livros em inglês. Faça pesquisas no Google em inglês. Faça as suas anotações pessoais (se você tiver um diário ou um caderno de ideias) em inglês.
Esse processo leva tempo, então seja paciente. Porém, os resultados fazem valer a pena.
Se precisar de ajuda com o básico, acho que vale avaliar a possibilidade de fazer aulas presenciais ou online. Atualmente, existem vários serviços online em que você consegue ter aulas com professores nativos e isso acelera bastante a evolução.
Para sua preparação para o TOEFL iBT, você vai precisar treinar o máximo que conseguir. Nos guias que recomendei, são discutidos todos os tipos de questão que você pode encontrar no dia da prova. Entenda-as a fundo, pratique bastante e procure respostas padrão, para que você consiga reproduzir algo parecido com elas no dia da prova. Além disso, faça a maior quantidade de simulados que conseguir. Os simulados dos guias da ETS são exemplos excelentes de provas, então se você está indo bem nos simulados, tudo indica que você também irá bem na prova oficial.
No meu caso, já falava inglês relativamente bem e não estudei nenhuma das vezes que fiz a prova. Minha estratégia foi simplesmente entender a estrutura da prova, isto é, responder às perguntas que levantei anteriormente neste post.
Se este também for o seu caso, recomendo os seguintes pontos.
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Aproximadamente 1 mês antes da prova, comece a se familiarizar bem com a estrutura do TOEFL iBT. Entenda quais são os diferentes tipos de questão e o que é esperado de você em cada uma delas. Isso é importante principalmente para as seções Writing e Speaking.
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Saiba responder de cabeça todas as perguntas que levantei anteriormente a respeito da estrutura da prova.
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Se você tiver acesso a algum dos guias que recomendei, consulte exemplos de resposta para o Writing e para o Speaking que tiraram boas notas. Identifique o que as boas respostas têm em comum. Também tente encontrar na internet alguns templates de boas respostas para as seções Writing e Speaking.
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A cada semana, dê uma olhada em exemplos de questões de cada seção, para se familiarizar ainda mais.
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Para a parte do Listening, durante a prova, faça anotações à medida que você for escutando os trechos de áudio. Isso te ajudará bastante a responder as perguntas.
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Tente fazer ao menos um simulado adicional antes da prova.
Resumo
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Grande parte dos programas de mestrado no exterior são em inglês, independentemente da língua nativa falada no local da universidade.
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Como os programas são em inglês, você deve demonstrar, por meio de uma prova de proficiência, que consegue se comunicar sem problemas na língua.
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Para a maior parte das universidades, você pode fazer o TOEFL iBT ou o IELTS. A escolha de qual fazer fica a seu critério.
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A sua nota do TOEFL iBT tem validade de apenas 2 anos, então se programe adequadamente.
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A prova do TOEFL iBT é composta de 4 seções: Reading, Listening, Speaking e Writing. A prova inteira é feita pelo computador em um local de teste autorizado.
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Se você já fala inglês, não vai precisar se preocupar muito. O mais importante é se familiarizar com a estrutura da prova.
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A primeira coisa a se fazer antes de começar a se preparar e estudar para o TOEFL é fazer um diagnóstico do seu nível de inglês. Você pode encontrar um simulado gratuito do TOEFL no site da ETS.
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A resposta para a pergunta "como estudar para o TOEFL?" vai depender do seu resultado do diagnóstico.
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Faça simulados da prova. As suas notas do simulado devem ser semelhantes às sua nota da prova oficial. Os melhores simulados são os da própria ETS e podem ser encontrados no guia oficial e nos livros extras, indicados na seção Prova do TOEFL iBT.
Próxima parte: GRE: o que é e como se preparar